quarta-feira, 22 de abril de 2009

tempo.com. tempo


A inspiração procurada para escrever nessa folha de papel branca, encontrei.
Em dia de ficar em casa. Em dia de tabula rasa. Em dia de abrir a porta do congelador para tomar mais uma bola de sorvete de creme. Em dia de folga. Em dia de tempestade de pensamentos vazios. Meus, quase todos meus, e que só posso dividi-los com você. Tão meus, quase que nossos. Vossos, troços, grossos, ossos. Palavras.
Inspiração que brota de uma grota de suspiros.
Gosto do gosto dessas palavras que brincam com o som quando são colocadas lado a lado.
Gosto do tempo de paz,
Do tempo de ventos brandos,
Do tempo de calmarias,
Do tempo:
Rápido
Veloz
Que corre
Que escorre como os Relógios
Que passa como os ponteiros do relógio passam. Um só tempo. Tempo de espera, tempo de recomeço, tempo de ir ali e voltar, tempo de despedida, tempo de encontro, tempo para ouvir uma música por apenas um tempo.
Tempo de inasrestranspirar.

Germano Penalva, Outono, Rio de Janeiro

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Escapulário


Quero estar entre seus seios,
Nu.


Contra mau olhado,
Mau agouro,
Olho de Tandera.

Proteção dos seus caminhos
Seguirei seus passos
Contra as mandingas
Desavisadas
Da força que está em você.

Quero ser um samba
Para tirar de você
O mais belo sorriso
Claro como sorriso de nêgo,
Grande como o de nêga.

Nesse carnaval,
Serei multidão,
Pulsando,
Dançando como folião,
Que só quer saber de te amar.

Se no próximo,
Os blocos saírem em outras vias,
Estarei a ouvir
Outra batida,
Mas sem nunca esquecer que um dia
Você tocou
Aqui.

Senhor do Bonfim,
Há de lhe dar proteção.
Santa Barbara,
Há de querer o céu limpo,
Eu,
Há de quer ser seu bem.



Germano Penalva, Outono, Bahia

domingo, 5 de abril de 2009

calmaria de outono

Escrita,
secreta,
discreta,
esmerar-se pelo som,
tom,
poder de ir ao encontro
do outro.

Tempo(Sôpro
de Outono
em meio a calmaria dos ventos.)

Percebo o tombo da folha mesmo quando a cidade lá fora grita.
Quando a voracidade dos automóveis compõe alto.
Inibiu, mais uma vez, a voz da senhora ao reclamar da vida.

Germano Penalva, Outono, Rio de Janeiro

sábado, 4 de abril de 2009

vestido branco

tenho lhe procurado
pelas esquinas dessa cidade
nos lugares prováveis
provados.

achei uma parte
num livro
numa livraria
do leblon.
mas você não estava lá
ineteira
intensa
sempre.

tenho esperado o celular
tocar,
som particular.
com seu cheiro,
como eu sentia,
como eu sabia,
a hora dele tocar.

não.
nada de previsível,
gostava das surpresas.
"Vamos de ônibus?"

tenho saudades do seu cheiro, do seu cabelo molhado, do vestido branco de renda. o vestido branco era do mais alvo e puro branco. branco, leve, lindo. gira no meu pensamento, faz meu coração rodar como rodava o vestido branco ao girar.

tenho acordado pensando em você
sem notícias,
sans nouvelles,
nada de novo, a não ser a saudade que sinto.

sem saber onde estou,
onde vou,
só quero saber quando vou lhe encontrar.
Continuo procurando nas esquinas da vida, dos sonhos,
nas ruas, nas livrarias, nos cafés.
- Volta paz!

Germano Penalva, Outono, Rio de Janeiro

Quem sou eu

soteropolitano. sem sotaque por conveniência. piar solucionou o transitar. sou caruru e vatapá. dias de outono no Rio. dias de sol em Sp. praia da Ribeira. os amigos novos e os velhos que parecem de sempre. tinta óleo, acrílica, pínceis. canetas e papel. palavras. palavras que ainda nem descobri, mas sei que existem. de felicidade, de amanhã. palavras que abrem. palavras que juntam. palavras que voam e as que param...para longe voarem mais. piu.